Recolocação Profissional para Executivos: Uma análise estratégica para o sucesso na carreira
- Eduardo Saigh

- 28 de mai.
- 4 min de leitura

O processo de recolocação profissional para executivos se diferencia significativamente da recolocação em outros níveis hierárquicos. Compreender essas nuances é fundamental para executivos que buscam novas oportunidades e almejam o crescimento contínuo em suas carreiras.
O que define um executivo no mundo corporativo?
Antes de mergulharmos nas estratégias de recolocação, é essencial entender o que caracteriza um cargo executivo.
Um executivo ocupa uma posição de alta liderança e responsabilidade nas empresas. São profissionais que possuem a capacidade de tomar decisões estratégicas e gerenciar áreas ou funções críticas para o sucesso da organização.
Geralmente, o topo da hierarquia é ocupado por líderes como presidentes ou fundadores, responsáveis pela definição da estratégia da empresa a longo prazo.
No entanto, esses líderes contam com o apoio do "C-level", um grupo de executivos de alto nível que os auxiliam nessa tarefa. Siglas como CEO (Chief Executive Officer), CFO (Chief Financial Officer) e COO (Chief Operation Officer) representam esses diretores executivos responsáveis por áreas específicas e cruciais da empresa. Essa nomenclatura universal facilita a comunicação e o entendimento em empresas globais.
As principais características de um cargo executivo incluem:
Alto nível de responsabilidade na definição de estratégias e planejamento de ações com impacto direto no sucesso financeiro da empresa.
Tomada de decisão constante em questões importantes como investimentos, alocação de recursos e gestão de crises.
Liderança desenvolvida para influenciar decisões e engajar equipes.
Representação da empresa e de seus valores, sendo crucial o alinhamento dos valores pessoais com os da organização.
Foco em resultados que demonstrem lucratividade, expansão de mercado e sustentabilidade do negócio.
A singularidade da recolocação para executivos
A principal distinção na recolocação profissional de um executivo em relação a outras áreas reside nas variáveis envolvidas, como a "matriz da empregabilidade". Essa matriz, inspirada nos 4Ps do marketing, é composta por seis elementos cruciais:
Perfil: Refere-se ao comportamento, aos pensamentos e aos valores do profissional. Para executivos, o perfil é fundamental, pois a performance tende a ser similar entre pares. A máxima "contratamos pelas habilidades técnicas e demitimos pelo perfil comportamental" ressalta a importância do autoconhecimento estratégico.
Pessoas: Envolve a rede de contatos offline, os relacionamentos interpessoais construídos presencialmente. Conhecer pessoas e ser conhecido é vital para abrir portas e obter apoio na carreira. A construção dessas relações deve ser sincera, equilibrando o dar e o receber para evitar ser explorado.
Performance: Representa os resultados e o valor gerado para as empresas ao longo da carreira. No nível executivo, a performance é avaliada pelo resultado em si, independentemente da forma como foi alcançado.
Promoção: Corresponde ao networking online, a rede de contatos e relacionamentos virtuais, especialmente importante na era digital e para o executive branding. A presença online e o compartilhamento de desafios podem fortalecer a imagem profissional.
Praça: Diz respeito à disposição geográfica para buscar novas oportunidades, incluindo a possibilidade de expatriação ou mudança de cidade/estado.
Preço: Trata-se da pretensão salarial, que deve ser justa e alinhada com o valor entregue e com o mercado. Uma pretensão muito alta ou muito baixa pode levantar dúvidas nos recrutadores.
Além desses seis itens, a reputação é um fator de extrema importância para a sustentabilidade da carreira executiva. A reputação é "aquilo que dizem sobre você quando você não está na sala" e influencia diretamente as oportunidades de crescimento.
A Matriz da empregabilidade em processos seletivos para executivos
A matriz da empregabilidade serve como um guia para o desenvolvimento profissional contínuo. Em processos seletivos para executivos, essa matriz se manifesta na avaliação de cinco pontos principais:
Perfil Comportamental: A forma de pensar e de se comportar em diversas situações é o primeiro aspecto avaliado, pois indica como o executivo realiza suas tarefas. O alinhamento do perfil com o desafio e a cultura da empresa é crucial.
Potência Técnica: Refere-se à capacidade técnica atual do profissional para performar na função. A experiência passada é relevante, mas o foco está na habilidade de entrega no presente.
Potência de Execução: Avalia as condições necessárias (recursos, cultura, ambiente) para que o executivo alcance os resultados esperados. Adaptabilidade a diferentes contextos é fundamental, especialmente para executivos vindos de grandes empresas para organizações menores. A expectativa é que o executivo entregue resultados desde o início.
Processo de Tomada de Decisão: Analisa como o executivo pensa e quais fatores considera ao tomar decisões. Recrutadores buscam entender se o profissional é ágil e assertivo na tomada de decisões.
Potencial: É a projeção do desenvolvimento futuro do executivo e sua vida útil para a empresa, sendo o executivo visto como um investimento de longo prazo. Um alto potencial indica a capacidade de aprendizado e crescimento contínuos.
Conclusão
A recolocação profissional para executivos exige uma abordagem estratégica e uma compreensão aprofundada das dinâmicas do mercado de alta liderança. A matriz da empregabilidade e os cinco pontos de avaliação em processos seletivos oferecem um framework valioso para executivos que buscam não apenas um novo emprego, mas também a sustentabilidade e o crescimento de suas carreiras.
Ao investir no autoconhecimento, na construção de um networking qualificado, na entrega de resultados consistentes, na presença online estratégica, na flexibilidade geográfica e em uma pretensão salarial alinhada, o executivo estará mais preparado para enfrentar os desafios e alcançar o sucesso em sua jornada profissional.




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